Friday, November 02, 2007





Missões Universitárias
Effathá 2007






Render-me? A Ti? Ou a outro qualquer? A ti? Ou a Outro qualquer? Que não Eu?! Porquê? Por ti, pelo outro ou por mim? Por mim... POR MIM! Por Mim senhor deus pai todo poderoso à direita de Mim por obra e graça do Meu espírito santo... mas que luz? Que luz essa com que dizes guiar-me,... dizes guiar-me! Mas são os Meus caminhos, os caminhos que Eu escolhi, ou foste Tu? Tu através de Mim? Eu através de Ti? Seria tão mais fácil sendo eu através de mim!... Porquê Tu? Donde? Por quem? Que fazes aqui? Será que fazes? Pergunto-te, mas sou Eu quem respondo! Serás tu em mim… sem eu dar por isso!? Será que dou, mas sem querer dar, não me dou, por não me querer teu e tu em mim… livre! Serei livre acreditando que tu existes? Carrego-me, sou a minha cruz,… pesada! Faltarás tu para aliviares o meu próprio peso?… Quero conseguir, ser eu, só eu, a minha cruz, só eu, quem me carrega? Eu? Tu? Eu? Tu? Eu? Tu? Eu? Tu? Nós?!? Serei sempre eu a responder… mas o quê? Ajuda-me…











O destino não existe,
Mas existem os outros,
Tantos outros em mim,
Por mim, mas tão por eles,
Talvez mais do que são por mim,
Talvez mais do que eu sou por mim,
Talvez mais do que ser, dão-se!
Recebo-os, deixo-os ser em mim,
Como eu já me sou neles,
Na boca com que eles me falam,
Nos ouvidos com que eles me ouvem,
Nos olhos com que eles me vêem,
Nos braços em que eles me acolhem
Enquanto dizem…
Ama-te quanto nós te amamos,
Ama como ninguém te amou!...
Talvez o meu destino exista…
Exista nos outros…
Pelos outros que existem em mim…
Cada vez mais deles,
Cada vez mais meu!






Importa Senhor
Deixar-te cantar a noite,
Tremer tentações da voz,
Libertar cordas opusdadas,
Tentar ser pecador por nada
Para pecar com o arrastamento
Da adoração sem calvário,
Cruzes ofuscam velas que tomam
O barco para fés nunca dantes navegadas,
Esperteza aberta balançada por ti
Que encantas palavras armadas
Do poder de 1001 cruzadas passadas,
Cabeças rolando encosta acima,
Relógios parados com ponteiros centrípetos
Ao ponto agora já passado que agora
Já foi substituído por outro também
Já passado, a alegria é tua apenas,
Engole-a para ti e acidifica-a
Quanto mais podes, em voga a absorção
Das fibras do teu coração, garra, vigor,
Nada me faz chorar, pois não Madalena,
Apenas ver-te cantar…poesia sem
Brilho, testemunho, aproveitamento, minha
Dou-ta, minha noite santificada
Por santos por beatificar…











Dúvidas? Em dúvida ficaram nas lágrimas que chorei
Dos olhos que se olharam nos olhos com que os olhei,
Sem dúvida que chamavam pela chama com que me queimei
Chamando pela chama por que chamavam quem ressuscitei,
Sem dúvida acreditaram no amor com que acreditei
Que amava quem acredito amar-me como o amei,
Sem dúvida olhei, porque chorei,
Sem dúvida ressuscitei, porque me queimei,
Sem dúvida amei, porque acreditei,
Sem dúvidas fiquei, porque duvidei
Das dúvidas com que ao início comecei,
Mas se comecei foi porque duvidei…
Dúvidas?
Ainda não terminei!







Palavras egoístas
Palavras falsas
Palavras injustas
Palavras inúteis
Palavras minhas?
Eu egoísta, eu falso,
Eu injusto, eu inútil,
Eu eu, eu meu…
E tu? Se és tão teu
Como eu meu és tão
Eu quanto eu!
Falarei demais?
Ou falarei a menos?
Serei eu a falar
Ou eu a narrar
Uma história que não é minha,
Pois o eu que eu narro não é
O eu que narra…mentirei por isso?
Máscaras se mascaram,
Caras não se encaram…
Más caras cobrem caras,
Máscaras escondem más caras,
Caras são máscaras ao espelho,
Máscaras somos nós reflectidos
Em palavras nossas vossas tuas!












Sinto-me maior que a minha sombra,
Sombra minha, nossa, vossa, tua!
Sinto-me menor que a minha luz,
Luz tua, vossa, nossa, minha!
Sinto-me a sombra da luz ou
A luz da sombra? Sombra que ilumina
Ou luz que assombra? Sou a sombra
Que assombra com a luz que ilumina…
Sou a luz ténue duma vela crucificada
Com o calor da luz pelo coração cantada…
Sou a escuridão ténue duma vela apagada
Pelo gelo da alma pelo silêncio guardada…
Sou uma janela fechada…
Sou uma porta entreaberta…
Entreabro a janela, fecho a porta,
Fecho a bíblia, entreabro-me…
Espreita-me o olhar e vê se brilha,
Diz-me que responde ao brilho do teu olhar!





E tudo o tempo levou…lembro-me perfeitamente de como entrei…mostrava respeito por um deus que pensava ser eu mesmo, assim como tu tens o teu deus também em ti…hoje não sei o que mudou…acredito mais ou acredito menos? Sinceramente, não penso que seja esse o ponto fulcral destas missões…em verdade saio daqui mais capaz e crente nas impossibilidades…redescobri-me ao descobrir outros…não foi perfeito…nem sempre a alma tinha coragem para tomar a voz, os ouvidos, os olhos, a mente, o corpo…mas o bem que soube quando todo eu era a minha alma…sabe bem partilhar-me e ser partilhado…mas com quem? Sinceramente, não sei, evito saber, tenho medo de saber e quero acreditar ser só comigo…mas reunidos há energia, fé e esperança nos olhares, gestos e vozes de quem por quase uma semana foi tudo quanto eu tinha…tiveram-me bem…até quando?