Monday, October 02, 2006

Linha d'água


Hasteada a mágoa
Para mundo ver
A revolta água
Que até moei o moinho
Em que me faço moer
E as velas
No mastro pendentes
Rasgam o sopro das janelas
Rasgando-se de vidros cadentes
Quebrados
Pela brisa silenciosa
Que zumbe na lenhosa
E sangrada caverna
Que treme do vazio que a habita
E da já eterna
Nostalgia do sangue de chita
Que ressoava no outrora coração
Donde um novelo de braços
Faziam dos dedos o nó da comunhão
Anastomosada
Aos suspiros do tempo
Salpicando os traços do meu
Rumo
E estagnando a maresia
Que refresca a incerteza
Dum ditado futuro…
E eu?
Quando amassarei os coágulos
Que estancam o rojar do meu
Rumo…trilho de mim
Para mim…sem fim…

:::samantar mohi:::
16 / 07 / 2006

(Novo poema também em www.geracao-update.blogspot.com)