Thursday, August 03, 2006

Igual ao banal?
Igual
Banal
Igual ao banal
Banal o igual
Igual ao igual
Banal o banal
Nevoeiro mental
Cega o original
Não!
Cegueira mental
Enevoa o original
Não!
Em mente original
O original é banal
E na banalidade do original…
É-se igual…
Banal
Igual ao banal
Banal o igual
Igual ao igual
Banal o banal.

Odeio-me na minha preguiça e bocejar
Antes enchia-me inspirando sonhos
Agora difundem-se no meu expirar
Poluídos em metabolismos medonhos
Que me guiam em vazio sufocar,
Ar carece do ar que preciso respirar,
Sangue estagnado coagula-se-me nos vasos,
Olhos secam-se ao vento sem querer pestanejar,
Músculos são pedras solidificadas de cravos
Contraídos na imobilidade nervosa,
Faltam-me os estímulos, imaginação leprosa
Dissecada nas chagas da sua podridão
Pelo bisturi que contra a força da inércia
Escava-me sem brotar réstia de inspiração
Destas entranhas, outrora poços da pérsia,
Ouro negro…meus traços de carvão,
Deslizantes paços ao abraço da solidão
Agora infértil chumaço de cansaço…
Imbecil tombado em viril missão
Incapaz de penetrar a vagina da razão
Fecundando o nada com os nadas da percepção…

!!!Baieeeeeeee!!!

Mas que nadas?
Que percepção?
Herança opaca
Analogia sensacionalista
Mutação estaca
Cobrança accionista
Cronologia velhaca
Equação seminarista
Semelhança ressaca
Antologia politeísta
Solução matraca
Balança narcisista
Analogia sensacionalista
Herança opaca
Que percepção?
Mas que nadas?

!!!Baieeeeeee!!!

Como fazer brotar originalidade
Inspirando-me em águas estagnadas
Sem miraculosa ponta de vitalidade,
Sem qualquer esperança chapinhada
Que pudesse atiçar a mínima corrente
Capaz de acordar corpos mumificados
Que se remoem ao tic tac cadente,
Dormência de neurónios calejados
Na brava edificação dum presente virtual
Substituído à velocidade da morte cerebral
Uns tantos giga bytes por segundo
Ou quilómetros de tiras de algodão
Enrolados em nossa volta
Inversamente ao ritmo do mundo
Embalsamando a outrora revolta,
A jamais alma solta
Que quando abria os olhos via,
Mesmo sem querer ouvia
Inspirava e assim cheirava
Lançava o corpo e com ele sentia
E com os sentidos saboreava
…ainda…a fresca inspiração…
Como um comum mortal
Não escapei à evolução virtual do homem,
Por homo cyber sapiens me tomem
Que já desisti de olhar, ouvir, cheirar,
Sentir e provar do caldo deste pântano
Transparente, silencioso, inodoro,
Insípido e intocável…gelo dominicano,
Hardware cristalino, servente seu coro…
Resta-me mergulhar a pique em mim
E focalizar em mim os cinco sentidos
E mover-me em mim, por dentro,
E fazer do meu eu criador, eu inspirador
Abstraindo-me do exterior e seus arguidos,
Mártires mumificados, no pântano que habitamos
Petrificados, insistindo em proclamar um discurso impessoal, narrando as já mágoas estagnadas e toda uma realidade demasiado conhecida e reconhecida, que nos faz sentir cegos e surdos, totalmente insensíveis, numa frigidez necessária a nossa própria sanidade mental…mas porquê petrificarmos as nossas atenções lá fora…o desconhecido está-nos cá dentro…petrifiquemo-nos em nós…assim inspiro um sonho…longe da tua falta de imaginação…da tua preguiça…do teu bocejar…

:::samantar mohi:::

02 / 08 / 2006

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